As teorias contemporâneas da educação



Vivemos um período em que de toda a parte, surgem interrogações acerca das orientações a dar para a educação. Todos nós nos interrogamos acerca da natureza das mudanças educativas. 

Que teoria da educação devemos escolher?

A realidade actual mostra um mundo ao mesmo tempo homogéneo e heterogéneo, num processo de globalização e individualização, afectando sentidos e significados de indivíduos e grupos, criando múltiplas culturas, múltiplas relações, múltiplos sujeitos.
A educação ocupa-se das tarefas de formação humana em contextos determinados por marcos espaciais e temporais. O objecto de investigação na educação, implica considerá-lo como uma realidade em mudança.


Bertrand ( 2001) ,recorre à metáfora do triângulo.
Classifica as teorias da educação contemporânea em sete grandes correntes: académicas, humanista espiritualista, humanista personalista, social, sociocognitivas, psicocognitivas e tecnológicas.
Para fazer esta classificação encontrou quatro aspectos polarizadores: 

  •   o aprendiz/formando, beneficiário da educação;
  •   a sociedade, em benefício da qual e em nome da qual se faz a educação e formação;
  •  os conteúdos, por intermédio dos quais  se educa.
  • e interacção, seja ela presencial, à distância ou  mista, formal ou informal, que consubstancia o acto educativo.

Em suma:
            As teorias humanistas  -       dão mais ênfase ao sujeito/aprendiz
            As teorias sociais  -                põem em ênfase a sociedade
            As teorias académicas -        têm como pólo preferencial os conteúdos
As teorias psicocognitivas-   dão ênfase às interacções didácticas
As teorias sociocognitivas e tecnologias -   quando o foco é posto nos media

Bertrand, não incluiu as teorias comportamentalistas, por não as considerar contemporâneas.
As teorias contemporâneas da educação têm sido associadas cada uma a um só pólo, apesar disso, cada vez mais, esses pólos interferem entre si, criando ligações interdisciplinares, multidisciplinares e transdisciplinares.
Para todos estes construtivismos a organização do conhecimento é feita pelo homem e não aparece como um dado objectivo da natureza.
Segundo Von Glaserfeld (1996), o conhecimento não é recebido passivamente mas é construído activamente pelo sujeito conhecedor. O processo de construção do conhecimento está dependente da sociedade da qual o indivíduo faz parte.
O Construtivismo conduz a uma prática que sustenta que:
  • o conhecimento reside nos indivíduos e não lá fora;
  •  as palavras não são embalagens de conceitos (havendo que negociar significados) a estratégia de aprendizagem é, geralmente, de resolução de problemas;
  •  os outros são muito importantes (pois provocam perturbações que ao resolverem-se conduzem à aprendizagem cooperativa ou mesmo colaborativa);
  • a experiência é muito importante mas visa provocar uma harmonização parcial com a realidade (já que os sentidos não são condutas através das quais a verdade seria transmitida a partir do exterior);
  •  os conhecimentos prévios dos aprendizes são muito importantes; a aprendizagem deve desenvolver-se em torno das questões à volta das quais as pessoas estão a estudar; significado exige a compreensão do todo e não só das partes e estas devem ser compreendidas no contexto dos todos a que pertencem
  •  e para se ensinar bem é preciso compreender bem os modelos mentais que os estudantes usam para a percepção do mundo e os pressupostos que fazem para suportar esses modelos.
O construtivismo em relação à profissionalidade do  docente, refere  dimensões fundamentais para a orientação da sua prática, tais como: o estímulo da auto reflexão, a articulação e avaliação do desempenho, e a catalisação de um debate.